Não acreditava no que os meus olhos me diziam, por isso servi-me dos meus sonhos, descobri o que já sabia, e aprendi uma nova maneira de voar...

segunda-feira, janeiro 31, 2005

Metáfora

E se o amanhã não existir? Não. Não é amanhã. É hoje. É hoje que me sinto sozinho, é hoje que me sinto espezinhado, é hoje que me dói a alma, que me foge o coração, é hoje que preciso de ti. Não. Hoje e sempre. Sim. Preciso de ti hoje, agora e para sempre. A mais harmoniosa controvérsia, o mais melancólico brilho confudem-se por entre palavras que engulo sem mastigar, palavras que desejo suprimir com os teus longos suspiros. Quantas vezes te tentei tocar, te tentei abraçar por entre palavras que se perderam no molesto silêncio? Quando? Quando vou eu ter a oportunidade de te sentir, de te olhar, de te beijar, de te fazer minha?

domingo, janeiro 30, 2005

És meu

Olho para a folha branca desejando poder descobrir dentro de mim todas as palavras que possam dizer o que sinto, o que penso, o que quero. Todos os sentimentos e emoções que não consigo organizar em pensamento, mas que conheço intrinsecamente em sensações. Pequenas reacções químicas cujo significado o meu cérebro rejeita, mas que o meu subconsciente devora... Estas reacções químicas escondem-se dentro de mim, preenchendo-me e sussurrando-me ao ouvido as minhas verdades que eu não quero ouvir, toda a verdade que eu desejo esquecer, todas as razões que me recuso a ver, todo o Mundo que me come e devora, mastigando-me e saboreando-me lentamente, testando assim os meus limites... As minhas forças, os pontos fracos, os meus altos, os meus baixos, eu...
Quero agarrar neste Mundo e devorá-lo. Quero espetar-lhe as unhas pela carne e arrancar-lhe a traqueia, quero sentar-me em cima dele como um amante e partir-lhe as omoplatas, quero esventrar este Mundo e regalar-me com as suas vísceras, quero desmembrar este Mundo e espalhar os seus membros pelo Mundo real, quero gritar-lhe aos ouvidos até sentir o toque fino e agudo da surdez, clamando a minha independência, implorando-lhe que me liberte, implorando-lhe que nunca me abandone, implorando-lhe mais paciência, mais capacidade, mais talento, mais inteligência, mais amor, mais tudo e nada... Implorando-lhe que seja eu, implorando-lhe que me deixe ser aquilo que sou... Implorando, berrando e lutando comigo próprio por mim. Pego na faca e penso o quão fácil não seria acabar com aquele pulsar de vida rapidamente e no prazer que me daria o sangue a escorrer-me pela carne... O orgasmo que provocaria a dor duma facada.. Sangue, morte... Dor... Apetece-me morder a língua do meu Mundo, durante um beijo desesperado, para sentir o sabor férreo do sangue na minha boca, para sugar a essência vital daquele outro eu e para o fundir a mim.
"Ama-me!" quero gritar-lhe aos ouvidos... Apetece-me bater-lhe, apetece-me descarregar em cima dele toda a raiva acumulada durante anos, todo o embaraço provocado pela vergonha, todas as vezes em que ele me deixou mal, todas as vezes em que ele me abandonou, todas as vezes em que ele esteve comigo!
Todo o turbilhão de emoções que é tudo e não é nada, numa sucessiva combinação de sentimentos emaranhados e confusos, claros e precisos, tudo e nada, nada e tudo.. Ama-me! Tu que sabes tudo, tu a quem nada posso esconder... Amo-te e odeio-te tão intensamente... Não tens o direito de me preencher assim.
No fim retiro a folha do papel e olho fixamente em frente, enquanto roo o lápiz sensualmente... "Não podemos fugir daquilo que somos". E sinto o sabor do sangue na boca... Acabei de trincar a língua.
Triunfalmente sugo a minha essência vital e sussurro...
"Agora és meu."

Posso ainda não te conhecer, mas é como se já te conhecesse...


Ok, este post foi um pouco mórbido, but don't worry. =)

(escrito na aula d cambridge - Proficiency - 24/01)

terça-feira, janeiro 25, 2005

Momento

Num momento tudo mudou. Sim... Um momento. Tu para mim és um conjunto de momentos aos quais eu me prendi e dos quais a seguir me limitei a fugir... A fugir para longe, como sempre. A partir na escuridão sem olhar para trás. Nesse momento matás-te-me e fizeste-me viver outra vez... Diferente. Soube que algo tinha mudado e que tu tinhas apenas sido o início da verdadeira grande mudança. Soube também que eras apenas especial para mim ali e naquele momento e que não o irias continuar a ser no meu futuro. Não... Tu limitaste-te a chegar como um anjo resgatador, tirando-me dum poço fundo e escuro, e fazendo-me renascer, para desapareceres da minha vida e do meu coração a seguir. Nunca fomos feitos para sermos juntos ou para nos pertencermos um ao outro... E enquanto desaparecias do meu coração eu apenas via o futuro à frente e não eras tu quem lá estava. Tu apenas, com o teu resgate, me deste uma visão embaciada desse futuro e me fizeste acreditar outra vez em mim e desacreditar nos meus erros.
Quando no teu silêncio ouvi a minha verdade e quando na tua verdade ouvi o meu silêncio, soube sem mágoa nem dor, aquilo que o coração já tinha sentido, que o teu papel na história da minha vida estava terminado e que te deixava diferente e visionária.
O que tivemos acabou e trouxe consigo o receio pela dor... O receio pelo verdadeiro sentimento. Pelo inexorável, empolgante, desejável e invitável sentimento. Veio também o desejo que se retarde... O desejo de não sofrer, o desejo de não sentir e o inevitável verdadeiro desejo de ser... De sentir. De deixar acontecer. De se limitar a ser. O desejo do sentimento puro que aterroriza o mais corajoso dos corações e preenche o vazio como uma chama sagrada e purificadora que tudo consome e inflama, para depois renascer das cinzas como uma fénix e incendiar como um fogo eterno que tudo abrange e que nunca mais se olvidará.... para sempre. Mais tarde ou mais cedo o inevitável acontece... A verdade ou o inevitável acontece não como um momento, mesmo que o seja, mas como uma eternidade dentro do presente e foi no momento em que te vi que me limitei a saber que a verdade era simplesmente muito muito muito mais do que aquele presente... com sabor a momento.

domingo, janeiro 23, 2005

Trovão

Um trovão que soa ao longe, na distância que se ergue, onde eu não vejo a luz e só ouço o murmurar já longínquo de uma voz tenebrosa. Calado tento pensar numa forma nova de abrir os olhos, que por agora estão cosidos à força de não conseguir encarar os dias com os olhos de frente, com coragem...como uma companhia de cavalaria a galopar ruidosamente colina abaixo, atacando e carregando. Dedico o corpo à explosão do trovão, ao estalar das fendas mais profundas da terra, que elas engulam sem pena ou qualquer tipo de clemência...o meu corpo que quer voar, que quis voar e foi obrigado a viver no chão, longe das nuvens. Grito e volto a gritar pelo castigo que me espera, estou farto de levar empurrões e de cair constantemente, levem-me de uma vez para o purgatório, onde a alma irá arder eternamente sem qualquer tipo de misericórdia. Nesse sítio onde posso chorar e as lágrimas de fogo a cair, queimarão de forma impiedosa o meu corpo já cansado de ser inútil, de ser a estrutura que suporta a alma escura...
No campo aberto onde a chuva cai incessantemente, que vai molhando o meu corpo até aos ossos, eu abro os braços ao mundo e fico em silêncio à espera da resposta ruídosa,sou uma vez mais a pergunta que não tem resposta... De pés descalços contra a relva, corro uma última vez pelo espaço aberto, de braços abertos e olhos fechados a sentir o vento bater-me na cara, viver a vida e experienciá-la sem limites até ao seu máximo, amar sem conhecer limites e correr tal e qual, de braços abertos e se for necessário de olhos fechados, para a felicidade que aguarda nos passos seguintes.
Por fim sou parte da paisagem, sou apenas eu e nada me destaca quando eu páro e o vento não sopra mais na minha cara.
Abro os olhos e peço perdão uma vez, por todos os erros que cometi na vida...
Abro os braços e espero a explosão....
barulho, vem aí e eu talvez tenha medo de partir, cravo as unhas na pele, choro, sal...água...sem destino...a descer, a cair, a molhar-me a boca...
O céu ilumina-se, rasga-se em luz e num milésimo de segundo...quase juro que consigo ver o lento andar de um relâmpago para mim, como uma mão divina que me puxa e me quer levar. Baixo a cabeça...aquilo era eu.
Sou partícula ou pó, sou isto e aquilo, sou uma alma que só queria voar e sonhar.

sexta-feira, janeiro 21, 2005

Um pequeno homem

Quando a planície se recortava atrás de si, com aquele sol a nascer lá ao fundo, os dias pareciam começar com um sentido diferente, quando caminhava à sua procura e todos os dias encontrava nada. Partiu numa busca diferente, queria ser feliz e poder um dia olhar para trás dizendo que tinha sido uma busca incessante como quem procura o sentido da vida, tinha-a procurado em todos os cantos do mundo, tinha visto mil e uma coisas...mas nada lhe fazia sentido. Como alguém tinha dito um dia, "saberás tu o que é amar alguém, mais do que te amas a ti mesmo?", não sabia, não imaginava, gostava apenas de saber e julgar que alguém um dia, lhe poderia dizer isso como quem diz um simples olá, que alguém sentisse esse aperto no coração de ter a incrível necessidade de mandar tudo cá para fora, encher o mundo de coisas doces, colorir as pinturas mais tristes, inverter o significado de tristeza, fazer alguém feliz, fazer alguém sentir-se importante...e ser assim sentido também. Procurar refúgio no abraço de alguém, poder procurar esse refúgio sem receio de um dia o perder como se perde a chuva quando o sol bate nos olhos, os campos secam e os telhados pingam...como o amor pinga de um coração ferido, expulsa sangue e chora as lágrimas que só ali pode chorar. Esperava quase impacientemente por um anjo que nunca mais vinha, porque o céu insistia em ser negro quando tocava a esperar que caíssem anjos, mas a busca não iria parar, a necessidade de ser feliz e de fazer alguém feliz não podia depender de tristezas que nos amarram, a procura tinha de ser até ao dia em que morresse e suspirasse pela última vez, sozinho ou acompanhado...teria de saber dizer nessa altura que tinha sido feliz, nem que fosse naqueles pequenos momentos já quase apagados da sua memória. Teria de ser mais forte que a própria vida, lutar contra obstáculos que não via, cair e saber levantar-se de cada vez que a vida o mandasse ao chão, ao mesmo tempo que gritava para si mesmo que não era agora que ia desistir, que não havia força maior que a sua determinação, que podiam dizer o que quisessem, mas as mágoas só nos tornam mais fortes e não precisamos de nos esconder ou ter medo do mundo que está aí fora para nos magoar, teríamos era cada vez mais de lutar com mais força, passar para lá dos limites do aceitável em termos de loucura, saber amar, suspirar por um suspiro, morrer a cada beijo que se dá, deixar um pouco de alma em cada mistura de almas que se faz...e talvez levar para a eternidade o sabor e o cheiro de cada amor que se tem.
Ao som dos pássaros que viviam felizes na planície, apeteceu ao pequeno homem fechar os olhos e chorar durante um bom bocado, pedir à vida mais sorte e talvez alguém para tomar conta dele, mas qual era o sentido de pedir quando estava completamente só naquele turbilhão? Se aquela maré arrastava dores e paixões que arrebatavam toda a sua maneira de ser, se os sinais lhe diziam para ser outro, para não pensar como quem acredita em finais felizes, se era pedir muito ter alguém com quem partilhar a vida?
A resposta é que nunca veio, mas o pequeno homem, caminhou e eventualmente um dia caiu morto de tanto lutar...só nunca se soube se da última vez que olhou o mundo e avaliou a vida, conseguiu sorrir à morte dizendo que tinha sido alguém realmente feliz...

quinta-feira, janeiro 20, 2005

Sombra

Quem és tu? Eu não sei bem, digamos que ainda és só uma imagem formada dentro da minha cabeça, criada a partir de sonhos que vieram ao longo dos anos, das noites passadas a pedir só mais alguém, mas desta vez só mais alguém como essa sombra, mas nunca veio ninguém... Essa imagem que eu fui desenhando parece que nunca mais está pronta, parece que nunca mais vens bater-me à porta com um sorriso a pedir-me para passear, a dizer que hoje é dia de sorrir e nisto estendes a tua mão para a minha, eu estendo a minha para a tua e vamos por aí, sem destino mas com o rumo da felicidade.
Ainda que sendo uma sombra, quando te sigo à noite pela praia a ouvir o som do mar, não te vendo, vejo os teus passos na areia, convictos e firmes, penso para mim mesmo que sou capaz de te seguir até ao fim do mundo, se for necessário seguir os teus passos, para te procurar e nesse momento, agarrar-te e nunca mais largar. Mas és só uma sombra que eu posso imaginar que terá uma forma mais real, um sorriso para onde eu possa olhar quando me sentir triste e perder toda a tristeza, uma sombra que saberá sempre o que dizer quando eu tiver que ouvir aquilo, só mesmo aquilo e mais nada. Uma sombra para eu guardar no meu lugar ao sol, onde nem a chuva ou as tempestades se atreveriam a entrar, tal seria o brilho do sol e a sua luz, sobre a tua figura quieta, parada a olhar o horizonte e nesse silêncio, saberias sorrir à vida.
Não venhas depressa nem devagar, vem aos teus passos, vem ao teu ritmo e vem como o coração te mandar, mas quando aqui passares à frente, sorri e não duvides nesse momento, que atrás de ti mais dois pés se juntarão, seja lá para onde for que nós vamos...com rumo a um horizonte de felicidade sem pensar como se vai lá chegar.
Mas vem...

terça-feira, janeiro 18, 2005

Prisão... a Vida

Os meus olhos pedem um horizonte em tons de cores frias e cores quentes. O meu corpo pede para se deitar em areia. Os meus pés pedem relva para pisar. E os pássaros, que antes chilreavam ao meu ouvido, também preciso deles! Sou prisioneiro, encarcerado entre as grades da cor da pele dos rostos e corpos que me rodeiam. Sou náufrago. Flutuo numa casca de noz que navega em alto mar. Mas as ondas embalam-me, conduzem-me à realidade condicional dos sonhos. Aqui estou eu com as minhas munições, a minha grande arma - a imaginação. Esmago, rasgo e cuspo na realidade que martela a minha mente, arranha o meu coração e me empurra contra a parede fria. Na minha frente, um corredor pouco iluminado se desdobra em duas direcções, dois destinos indicados por duas placas cuja tinta foi comida pelo tempo, impedindo-me de saber para onde me levarão os meus próprios passos. Sigo um dos caminhos apalpando a parede, a medo. Deparo-me com uma mulher alta e esbelta, cuja beleza me petrificou. É uma sacerdotiza que me acompanhou em tempos. Está ali para me dizer para retornar, ou continuar, abraçando a morte. Dou-lhe a minha mão. Não regresso.

sábado, janeiro 15, 2005

Mudanças...

A minha cabeça parece querer tombar para trás, cada vez que páro e penso... Em nós.
É incrível a forma como as coisas podem mudar, num curto espaço de tempo. O mundo muda, as pessoas mudam, as situações mudam, os sentimentos mudam. E quase sem nos apercebermos vamos parar a um lugar onde nunca imaginaríamos antes poder vir a estar. E sentimo-nos bem, desfrutamos o momento, deixamo-nos ir, esquecemos o passado e construímos uma nova vida. Subimos a escada que nos conduz a um desconhecido atractivo, receamos mudanças mas de nenhum modo paramos. Descobrimos em nós forças e capacidades que até então desconheciamos. Caminhamos juntos de mão dada para um novo dia, uma nova Noite sem escuridão de almas, despimos a capa que nos escondia, mergulhamos num mar de emoções que nos preenchem e acreditamos... Acreditamos que esse bem-estar será eterno... E o facto de conseguirmos acreditar mantem-nos vivos... Embora muitas vezes mortos por dentro com olhos estupefactos... A alma não pára... A alma voa e consegue mover um corpo morto a fim de se saciar... Nem que para isso tenha de matar o seu semelhante...

Por vezes penso que fazes tudo deliberadamente...


Escrito na aula de matemática

quinta-feira, janeiro 13, 2005

Vazio

Pois é. Apesar de ter anunciado o fim do meu blog, aqui estou eu de volta. Não, não vou voltar a postar com a frequência anterior. Irei apenas publicando posts casuais á medida que vou transcrevendo do papel algumas das coisas que vou escrevendo, traduzindo, isso sim, o meu estado de espírito, como sempre.
Espero que gostem, ou continuem a gostar.


Vazio… Há vezes em que é mesmo essa a única coisa que consigo sentir. Em que a única coisa que passa pela cabeça é aquele sentimento de insuficiência e impotência… talvez até desilusão e profunda tristeza por se ter como certo perdido algo de valioso por demais…

Ás vezes só me apetece chorar, e mesmo antes de poder tomar consciência disso, já me vão rolando as mais discretas lágrimas pela face abaixo… ás vezes nem tenho tempo para pensar em mais nada, senão para tentar suster aquele último soluço, e passar as mãos pelos olhos…

Foi o não saber como te dizer adeus, o não querer dizer-te adeus, e mesmo assim, saber que tinha do dizer…
Foi como que se tirasse um pouco de mim, e como que se ao mesmo tempo estivesse a dar oportunidade a mim próprio de guardar uma das coisas mais puras e mágicas da minha vida. Que sem dúvida foi…

Foi como que se te tivesse a guardar numa caixinha, todos aqueles momentos só nossos, todos aqueles risos, sorrisos, e lágrimas de felicidade, que nos fizeram crescer e acreditar mais um pouco. Como que se tivesse a depositar nesta mesma caixinha toda aquela felicidade e confiança que me trouxeste e tudo aquilo de bom que vejo em ti, como que se isto fosse possível... selo agora esta caixa com o mais puro dos sorrisos que te podia dar, e uma lágrima, não de tristeza, mas de felicidade. Fecho-a, e guardo-a junto ao peito, e carrego-a sempre comigo para onde quer que vá… Porque tu vais estar sempre comigo…

domingo, janeiro 02, 2005

Solidão \ Indifference



E assim me despeço do meu blog.
Espero que tenham gostado enquanto durou.

A minha vida começa a esvaecer-se...
mas que diferença faz isso para ti??



"I will light the match this morning, so I won't be alone
Watch as she lies silent, for soon night will be gone
Oh, I will stand arms outstretched, pretend I'm free to roam
Oh, I will make my way, through, one more day in Hell...
How much difference does it make
How much difference does it make, yeah...

I will hold the candle till it burns up my arm
Oh, I'll keep taking punches until their will grows tired
Oh, I will stare the sun down until my eyes go blind
Hey, I won't change direction, and I won't change my mind
How much difference does it make
Mmm, how much difference does it make...how much difference...

I'll swallow poison, until I grow immune
I will scream my lungs out till it fills this room
How much difference
How much difference does it make"

By Pearl Jam & Ben Harper - Indifference

Angel song

"This is me with another nervous breakdown
My pressure dropped, this body went with it
Memory fails, I'm feeling claustrophobic
I scream my silent pain in this big plain
There's no one here
Tell me who is there now
Who is there with you

I'm taking no calls unless it's her voice
I'm seeing no one unless it's her
I open the mailbox every hour
Maybe I'll hit the postman
I want to hear some love words
But not it that dyslexic voice
No I won't tear apart for you
But I was given no choice

I guess I was trying to keep me alive
But once I was dead there was nothing to do beside
Picking me up and lying me down
Waiting for some angel
To wake me and say to me
"Hello. Don't be scared. I want you to know, you're not dead."

Kiss me, is this a dream?
Should I believe it?
Please promise to me that I'm not going to get hurt this time.

Am I too good for you, am I just paranoid?
Should I get clinical ou should I speak louder?
Maybe I should close my eyes for years
And wait for the strongest feeling
Out of all of the feelings
to raise
from
you.

Am I real? Are you real? Is this real? What's real?
Am I real? Are you real? Is this real?

Tell me, what's real?"

By Silence 4 - Angel song


Esta música faz-me sempre lembrar de ti...

sábado, janeiro 01, 2005

Angel

Existem pessoas que conseguem deixar marca por onde passam... pessoas que não precisam de muito para poderem dar aquilo que não lhes é pedido... que o fazem, sem saber que o fazem... que o dão, porque é isso que elas são... talvez sejam as que melhor conseguem guardar aquilo que colhem, porque o merecem... são aqueles que conseguem abrir os braços, e apenas assim, conseguem voar... talvez seja isso que os guarde, ou o que os guarda... porque são apenas esses, os que conseguem retirar dos outros aquilo que eles são... porque são apenas esses, que têm a virtude de lá poder chegar, porque têm asas para isso... porque têm o poder de ser o que são... e são eles os que possuem o valor de poder levantar-se dos sítios onde ja foram derrubados, e erguer-se em novo vôo, porque talvez, como já alguém disse, eles possuam aquilo que os outros não possuem... talvez, porque sejam "dados a voar"...

"and he still gives his love, he just gives it away and the love he receives is the love that is saved... and sometimes is seen a strange spot in the sky... a human being that was given to fly"

By Pearl Jam - "Given to fly"

O que tu és

Uma frecha na parede e uma réstia de luz que se escapa entre os limites tão estreitos da fenda absurda. Uma luz esguia que se esforça por sobreviver na escuridão imensa. Uma luz. Um feixe de radiações brancas que se esbatem umas nas outras sobre a forma de calor, e se aproximam no meu rosto que repousa no frio do vazio. Uma luz suave, criança esguia, que se escapa pelos refinados extremos da escuridão. Uma luz ainda insegura do seu destino, mas certa do seu valor. Uma luz que me vai acordar, e me vai fazer levantar nos dias em que o mundo parece ter desaparecido. Uma luz que me vai alimentar, que me vai fazer valer o esforço de poder erguer-me frente ao mundo, e dar-me a oportunidade de repousar nele pelo menos mais uma noite...

Silêncios

O silêncio. O nosso silêncio. Os corpos juntos, colados, subjugados ao respirar mútuo, ao olhar mútuo. Dois caminhos distantes unidos por um segundo. Dois corpos despidos de si, vestidos um com o outro, no derradeiro embate. O silêncio. O meu silêncio. O nosso silêncio. Dois mundos unidos por um fio de sangue. Unidos por um segundo, derradeiro na paixão consumada. O teu silêncio. O nosso silêncio. As palavras não voam. Não vivem. Os olhos devoram-se em expressões puramente platónicas. Dois corpos unidos. Dois instantes fundidos. Esse silêncio. O nosso silêncio.

Por vezes o silêncio é o nosso melhor amigo... quando as palavras não soam, os olhos não vêm e o coração não sente... sem palavras, não há dor...

Recordações

Existem caminhos que já não devem ser percorridos, porque já lá passámos uma vez... esses caminhos não deverão ser trilhados de novo, porque já lá deixámos marcas da nossa passagem, e que muitas vezes não queremos encontrar... marcas tão reais, que podem ser quase como fotografias... esses caminhos que um dia abrimos por entre as veredas mais cerradas, e que tão felizes nos deixou tal façanha, hoje em dia são apenas marcas tortuosas do nosso passado. Esses caminhos não deverão ser esquecidos, mas apenas isso... não deverão ser caminhados de novo... porque são apenas e deverão ser apenas recordações.... no entanto, é importante recordar onde foram deixadas essas marcas, ou quem as guardou... porque certo é, que quem as guardou nos acompanha nestres outros caminhos que construímos agora, porque os outros já estão lá atrás... e mesmo que pareça mais fácil voltar para trás, porque os caminhos que estamos a construir se estao a dirigir para encostas íngremes, e pareça ser ainda um longo caminho, não devemos voltar a cara atrás com intenção de retroceder... apenas para recordar... porque esses caminhos são apenas isso... recordações...

O Tempo

O tempo passa... podemos olhar para as crianças que brincam despreocupadas nos passeios, nos parques, nas prateleiras ainda vazias que o tempo segura... as crianças que completam os seus primeiros passos com a sua ingenuidade e confiança... crianças que se perdem, divertidas, nos labirintos minuciosamente desenhados, estáticos onde o tempo já não passa, nos corredores da vida que desembocarão na saída da sua juventude... nesta altura, os caminhos complexos desenhados de propósito para elas os percorrerem, terão deixado a sua marca... os corredores da vida terão desembocado em si próprios, e as crianças já não quererão brincar... ou talvez sim... mas esta será uma outra diversão... aquela que lhes permite conhecer o mundo, que o tempo já lavrou... e escolherão... sim, escolherão a nova entrada para se perderem... escolherão entre as entradas dos ponteiros dos relógios que o tempo manda marcar... e caminharão, cruzar-se-ão uns com os outros... e voltarão a sair... como? Essa questão só diz respeito a uma coisa... ao tempo... porque aí, os ponteiros terão parado, e a escolha será outra... o crescimento não terá parado... mas eles acreditarão que sim... e aí, só mesmo a dúvida os ajudará... a dúvida sobre quando é que o tempo parou...

Sonhador

Talvez não seja apenas o amor que faz mover montanhas... o sonho não só as move, como também as constrói... no fim de contas tudo o que o Homem faz gira à volta daquilo que sonha... tudo, rigorosamente tudo... e assim sendo, é o melhor que ele pode fazer... sonhar... porque no dia em que ele deixar de o fazer, o mundo tornar-se-à estupidamente desnecessário...