Não acreditava no que os meus olhos me diziam, por isso servi-me dos meus sonhos, descobri o que já sabia, e aprendi uma nova maneira de voar...

terça-feira, dezembro 26, 2006

Solidão



Nestas noites
O ar e o sangue são de um silêncio espesso
Que me assusta
Plasma-se o negro da noite
E o frio das estrelas
Num rugido de fundo
E mais se acentua o silêncio sepulcral
Que me aconchega.

Nem que seja preciso sangrar
Para gritar de dor
Nem que seja preciso matar
Para chorar de arrependimento
Qualquer coisa, faço qualquer coisa
Para quebrar este muro cristalino
De silêncio.

Numa noite tenebrosa
O Silêncio soltou-se
E ganhou a rua
Uma a uma, todas as bocas se calaram
E todos os olhos cristalizaram
Os cães deixaram de uivar
E a lua, insultada, recolheu-se
Todas as ruas se fecharam
E no reino negro que o Silêncio conquistou
Uma sombra ganhou vida
E chamaram-lhe Solidão.