Não acreditava no que os meus olhos me diziam, por isso servi-me dos meus sonhos, descobri o que já sabia, e aprendi uma nova maneira de voar...

sexta-feira, setembro 30, 2005

O deficiente

Ia o outro dia a caminho da escola, quando vi um paraplégico à rasca para subir as escadas.
Era vê-lo a inclinar-se na cadeira, dentes cerrados, para dar lanço. Ainda caiu para aí umas três vezes.

Depois fui-me embora porque já não aguentava de tanto me rir.

Uns para os outros...

Hoje, depois de estar alguns minutos sentadinho no meu trono de porcelana a fazer um fofinho e a ler a dica da semana, tomei uma decisão...
E então utilizei papel higiénico...afinal, amanha, pode haver mais alguém que tenha prisão de ventre e queira ler o jornal... temos de ser uns para os outros!!!

quinta-feira, setembro 29, 2005

Vamos parar com isto!

Ia na minha, a amanhar o rádio do veículo, quando ouço uma pancada balofa no capot. Olho e o que vejo? Uma velha para aí de duzentos anos, caída no chão com as putas das cuecas á mostra. Que visão! Raios partam as velhas...
Nunca mais. Já disse ao meu pai. "Quando vires uma velha na passadeira, pára."

quarta-feira, setembro 28, 2005

Qualquer dia.

Assisti a uma situação reveladora da falta de respeito que temos uns pelos outros e que vos quero contar. O que é verdade é que nos ignoramos grosseiramente, como se estivessemos sozinhos no mundo.
Andava eu pela cidade quando vejo uma senhora de idade (isto para não lhe chamar velha, que está visto que alguns melindrosos leitores desaprovam) carregada de compras a tentar atravessar a rua. Toda a gente que por ali passou a ignorou. A senhora tornou-se invisivel.
Mantive-me quase dez minutos a assistir até que não aguentei mais aquela falta de respeito.
- Deixe lá minha senhora. - disse-lhe - Já ninguém respeita os mais velhos.
Ela sorriu e eu fui-me embora. Mas ainda olhei para trás. Lá ficou a senhora.
Quando cheguei a casa tomei a decisão de ajudar as pessoas. Vou começar qualquer dia.

segunda-feira, setembro 26, 2005

O Katrina

O que mais me surpreendeu nas imagens que nos chegaram daquela desolação, foi ver gente a acenar, dos telhados das casas alagadas, para os helicópetros que passavam.

Olha que há gente que para aparecer na televisão... Foda-se!

Dilema Nefertiri

Inicio este post sem saber como o vou acabar – e até faz sentido que seja assim, porque tem a ver com a vida e a morte, e o minúsculo espaço existente entre um acontecimento e outro. É também sobre a minha surpresa ao verificar como tantas coisas podem caber nesse espaço tão pequenino. Não, não estou a falar de sexo anal, ó tarados, isto tudo vem a propósito de uns programas sobre o Antigo Egipto que andei a ver no Discovery. Portanto, se já estão com sono e sem pachorra para as minhas deambulações, bazem. Até amanhã.
Não sei como acaba este texto, mas sei que tem o seu início há mais de 3000 anos, período em nasceu uma das mulheres mais belas dessa época – Nefertiti, rainha do Egipto, mulher de Akhenaton, faraó da 18ª Dinastia que ousou romper com os antigos deuses e instituiu o monoteísmo durante o seu reinado. Um verdadeiro escândalo para a época. Nefertiti – cujo nome significa “A bela mulher chegou” – teria sido capa da Caras, se a revista tivesse existido naquele tempo (mais um ponto a favor dos egípcios!). Ela foi a principal apoiante e instigadora do estabelecimento do novo culto ao Deus do Sol, Aton.
O faraó adorava-a. Nefertiti, segundo os padrões da época, era boa como o milho. E não pensem as meninas que a expressão “boa como o milho” é assim tão despropositada ou sexista: a cultura do milho tinha uma importância tão grande para os egípcios que a representação que faziam do Paraíso incluía sempre gravuras de grandes campos de milho estendendo-se até ao horizonte.
O faraó haveria de concordar com a expressão, pois, para ele, Nefertiti era o paraíso na Terra. Mandou erguer colunas na sua cidade onde eram escritas palavras através das quais tentava descrever a sua apaixonada visão da esposa: “Expressão de lealdade, possuidora de alegria, presenteada com o talento de ouvir, voz que traz alegria, rainha de todas as graças, ricamente dotada de amor, portadora da felicidade do governante de duas terras”.
Nefertiti deve ter sido realmente uma mulher fantástica. Era leal, alegre e sabia ouvir; quando falava, fazia-o alegremente; e, notem bem, era ricamente dotada de amor: nada de dores de cabeça, queixinhas ou repentinas exigências emocionais. Que mais pode querer um homem, seja ele um faraó nascido há mais de três mil anos ou um idiota com insónias escrevendo um post às duas da manhã?
O Antigo Egipto fascina-me. Não é tanto por causa das múmias, pirâmides ou faraós, mas pelo facto das histórias e sentimentos de seres humanos como nós se terem preservado ao longo dos tempos. Ao preservar o corpo, por razões religiosas, os egípcios acabaram por preservar memórias individuais.
A propósito de múmias: ao contrário do que se pensa, as pirâmides não foram erguidas por escravos. Eram pessoas contratadas que recebiam salário e cumpriam um horário de trabalho. E até tinham direito a meter baixa. Um dos registos descobertos mostra que um trabalhador faltou um determinado dia ao trabalho com a justificação de que tinha de fazer uma “urgente oferenda aos deuses”. Duvido que essa desculpa funcionasse com os patrões actuais, mas para a época era uma justificação tão válida como ter 40 graus de febre (ou ser amigo de infância do médico).
Talvez o que me fascina no Antigo Egipto seja o facto de ficar a saber de pormenores do dia-a-dia de seres humanos que viveram há milhares de anos. Coscuvilhice além-túmulo, bem sei, mas não é só isso. Há qualquer coisa de muito estranho na forma como nós, seres vivos, evoluímos a ponto de ter consciência da própria morte: se somos crentes e acreditamos no além, é um milagre; se somos ateus ou agnósticos, é uma puta duma maldição. Estamos condenados a atingir a imortalidade se conseguirmos sobreviver como espécie, mas nunca como indivíduos. Isto é tramado porque, afinal de contas, não queremos ser sempre formigas. De vez em quando sabe bem curtir a vida como uma cigarra e contemplar a eternidade.
Imaginem a quantidade de blogues que existem e no que lhes acontecerá num futuro muito distante, tão distante como aquele que nos separa do faraó e da sua adorável rainha Nefertiti. Não pensem que estou a ser mórbido, nada disso; estou apenas a deixar-me levar pela imaginação. Poderão estes blogues, um dia, servir como testemunhos de como se vivia e pensava neste planeta há mais de 3000 anos? Se todas estas palavras que circulam agora no ciberespaço, boas ou más, profundas ou superficiais, puderem ser preservadas numa espécie de Museu da Internet, que pensarão de nós essas pessoas do futuro? Até que ponto conseguirão identificar-se connosco? Que histórias retirarão? E se, por milagre, um gajo daqui a 3000 anos ler este post? Será que vai pensar: “Estes tipos do século XXI drogavam-se, com certeza. Escreviam palavras completas sem abreviaturas ou vestígios da letra kapa. Que esquisitos!”. Dilemas, dilemas.
E olhem, pronto, acabei o texto. Ou se calhar não. Acabei eu. Mas o texto é capaz de continuar.

domingo, setembro 25, 2005

Que se paça?

Algumas peçoas - amigos mais xegados deste bloge - escreveram-me a pergontar o que se paça comigo porque não atualiso esta sena desde 15 de Julho. Pois tou xeio de trabalho, ou não.., nem tenho tempo pa atualizar o bloge, é uma chatixe, ainda por cima o corretore automático do Flip deichou de funchionar carassas! Mas obrigado pela preocupassão, fiquei mt cumovido.

Um abrasso
Nuno Çilva