Não acreditava no que os meus olhos me diziam, por isso servi-me dos meus sonhos, descobri o que já sabia, e aprendi uma nova maneira de voar...

terça-feira, janeiro 18, 2005

Prisão... a Vida

Os meus olhos pedem um horizonte em tons de cores frias e cores quentes. O meu corpo pede para se deitar em areia. Os meus pés pedem relva para pisar. E os pássaros, que antes chilreavam ao meu ouvido, também preciso deles! Sou prisioneiro, encarcerado entre as grades da cor da pele dos rostos e corpos que me rodeiam. Sou náufrago. Flutuo numa casca de noz que navega em alto mar. Mas as ondas embalam-me, conduzem-me à realidade condicional dos sonhos. Aqui estou eu com as minhas munições, a minha grande arma - a imaginação. Esmago, rasgo e cuspo na realidade que martela a minha mente, arranha o meu coração e me empurra contra a parede fria. Na minha frente, um corredor pouco iluminado se desdobra em duas direcções, dois destinos indicados por duas placas cuja tinta foi comida pelo tempo, impedindo-me de saber para onde me levarão os meus próprios passos. Sigo um dos caminhos apalpando a parede, a medo. Deparo-me com uma mulher alta e esbelta, cuja beleza me petrificou. É uma sacerdotiza que me acompanhou em tempos. Está ali para me dizer para retornar, ou continuar, abraçando a morte. Dou-lhe a minha mão. Não regresso.