Não acreditava no que os meus olhos me diziam, por isso servi-me dos meus sonhos, descobri o que já sabia, e aprendi uma nova maneira de voar...

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Ausência...

Todos os dias pinto de mil cores e formas as minhas letras, numa busca incessante da verdadeira essência que em mim existe. Inspiro-me nos traços ao acaso que a alma me segreda, quando rompo as paredes frágeis de uma dimensão paralela a esta.
Revejo-me nas palavras que me pingam dos dedos, como o pintor se revê no quadro, quando os seus olhos se tornam pincéis e o seu ser mais profundo se entranha na tela.
Escrevo nas cores que quero pintar a vida, escolho o brilho de um fogo imenso que não me queima nem me cega, cruzo ideias e espalho ilusões.
Deitado neste leito de verdades ocultas não desespero nesta tarde cinzenta que me roubou o encanto e me levou a magia. O meu olhar continua sereno, espreito a infinita janela do mundo, vislumbro o fim de mais um dia que me tinge a pele em suaves nuances de ausência.
Apático, deixo-me envolver na noite negra que me apaga por momentos, e aqui fico, quieto, perdido na resolução deste passatempo absurdo de saudade.
Nas mãos aguardo um novo amanhecer da alma que me traga de volta os sonhos, me acorde os sentidos, me desperte as emoções e te traga de novo para junto de mim em forma de encantamento.
Preciso de me dar, escrevendo…