Porque te afastaste?
O nevoeiro era demasiado denso, e eu deixei de te ver... perdi-te, para não mais te encontrar... os teus olhos tornaram-se baços à medida que olhavas para trás, e te afastavas lentamente e ao mesmo tempo tão rápido... perdi-te por entre as fracções rápidas dos segundos e por momentos desejei não te voltar a ver... o nevoeiro adensou-se, e o teu rosto impávido empalidecia, como tu o desejavas, porque te afastavas, porque uma força maior do que a minha vontade te puxava para longe... bem longe... para um sítio onde eu não posso entrar, e não desejo entrar... para um sítio onde aquilo que paira no ar, são os sonhos destruídos que perdeste um dia... porque te esqueceste... esqueceste quem eras, apagaste-te como uma brasa se apaga e arrefece quando uma fogueira se apaga. Viraste-me as costas, e abandonaste o caminho que ambos percorríamos, e eu não te impedi, porque o nevoeiro era demasiado denso, porque a minha força falhava... porque me esqueceste, apenas...
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