O cigarro
A janela está aberta. Fumo, demoradamente, um cigarro e aprecio a efemeridade com que o fumo que se depara com o ar desaparece sem resistência. Olho, e vejo a noite calma, silenciosa, e aprecio os momentos a sós... comigo. Os pensamentos cruzam-se e incansáveis e percorrem os caminhos da minha mente a uma velocidade incontrolável. É estranho... tudo é estranho. Lembro as caras que ja vi, os corações que já conheci, os momentos que já vivi... tantos ou tão poucos... e todos os que virão. Apago o cigarro, e quando este dá por finda a sua função, penso, que força será aquela, que consegue fazer duas pessoas que já percorreram um caminho juntas, parecer estranhas agora... que foi dos abraços, dos olhares cumplices de amizade e da compreensão? É tudo tão efémero como o fumo do meu cigarro... não resistem? Fecho a janela, tal como parece que essa amizade um dia já se fechou... eu não percebi que estava a acontecer... mas aconteceu... agora também já não quero perceber, mas queria conhecer a dita força que o provoca... gostava de a poder ver desaparecer, para não voltar a temer...
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