Do que ficou por dizer
Os comunicadores puros preferem o ruído, as vozes, a agitação das expressões e reacções, e nisso se saciam e concluem. Os que escrevem preferem o silêncio e o recato, e aí lançam na escrita o que normalmente calam, num exercício onde tentam reconstruir o que lhes ficou por dizer. É um lugar de resíduos do que não chegámos a falar ou a fazer acontecer, um espaço para onde se trazem as coisas incompletas cujo fim não ousámos ou não conseguimos concluir.
A escrita é a linguagem dos tímidos e dos ávidos.
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