Não acreditava no que os meus olhos me diziam, por isso servi-me dos meus sonhos, descobri o que já sabia, e aprendi uma nova maneira de voar...

quinta-feira, abril 20, 2006

Vazio.. sozinho

O vazio que fica quando deixamos de amar alguém não é nada comparado com o vazio que fica quando esse alguém deixa de nos amar a nós ou quando nos apercebemos que esse alguém não gosta de nós.

Sozinho no mundo. Perdido. Sem estar à procura. Sim, sem demanda de nada. Vazio. Profundo e eterno vazio. Vazio no nada. Há maior sensação do que esta ausência do nada no nada? O tempo corre sem tempo nem mais tempo nem menos tempo. Sem relógio. Nu. Quase que despido. Só uma toalha de banho que escorre pelos braços e entre as pernas. Umas gotas de água no corpo ainda e os cabelos húmidos. Sem interesse em limpá-las. Sem senti-las. Vazio dos sentidos todos. Todos. A respiração é automática mas oiço-a como se fosse de outro corpo que não desperta interesse. Como uma figura de arame que se dobra e perde-se debaixo de uma cómoda cheia de coisas que nunca nos vai deixar ver o arame torcido e perdido por baixo. Em baixo. Encolher-me debaixo do edredon branco, nu com a pele sem marcas de nenhum sol. Sozinho no espaço em deriva sem sentidos nem sentido nem procura nem direcção sem esperança de nenhum destino.