Aqui comigo
Acendi a luz. Perdido no meio da tua ausência imaginei-te em cada bocadinho de sombra do meu quarto, vi-te no chão e nas paredes, nos móveis e no tecto, observei-te no global ao longe, e mais de perto preocupei-me em contemplar cada bocadinho de ti separadamente. Sem tempo, sem pressas.
Vi-te em cada bocadinho de luz que iluminava o meu espaço, senti-te presente para onde quer que olhasse, para onde quer que me virasse. Senti-te iluminar todos os meus sorrisos presentes nas fotos que tenho por aqui espalhadas, senti-te presente em cada olhar e em cada gesto meu. Senti-te presente aqui.
Apaguei a luz. Deitado no chão, já não eras a luz, já não eras a sombra, agora eras a escuridão que me abraçava e acalmava no meio do nada. Eras a minha segurança e o meu embalo. E como que por um sopro de magia senti-me quente, por dentro e por fora.
És a ponta do cigarro na escuridão, és aquela luzinha que permanece sobre o negro, és aquela certeza no meio do incerto, és aquele porto abrigo que deixa sempre um rasto de mistério e fantasia, és quem eu vejo agora à minha frente, és quem me sorri e me diz um segredo baixinho, és quem me tira as defesas e me abraça neste momento.
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