Não acreditava no que os meus olhos me diziam, por isso servi-me dos meus sonhos, descobri o que já sabia, e aprendi uma nova maneira de voar...

domingo, dezembro 26, 2004

Uma gota

Perco-me na imensidão da noite que se veste em tons de preto e branco, trazendo consigo um passado. É fria e bela a visão que me chega através da janela aberta. O céu está encoberto e sente-se o cheiro a terra molhada. Mesmo na minha frente, cinco árvores robustas e imponentes dançam ao sabor do vento, dissipando o que está por detrás delas, mas ainda assim consigo entrever as colinas.
A estrada em alcatrão negro brilha com a água da chuva que cai. Cada gota vinda do céu, bem lá do alto, bem lá de longe tráz consigo a força que eu desejo. Não é apenas uma gota, é a gota que eu esperava, que cai aqui, bem á minha frente e morre na minha mão. Eu queria guardá-la numa folha de eucalipto para lhe conferir um aroma e assim não mais teria na minha mão uma gota de chuva, mas uma gota de perfume. Um perfume criado por mim, desejado por mim, num momento de serenidade e satisfação.